O vermelho é a cor mais fria

[IT] Il rosso è il colore più freddo
[EN] Red is the coldest color ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

"Espero mostrar um pouco da vida normal deses lugares... mas deixo o vermelho para nos alertar. Que mostrar essas fotos nos ajuda a começar um tratamento, pela arte, do que nos de na alma."

Normalmente vemos o vermelho como uma cor quente. Tecnicamente é mesmo. Mas algo aconteceu e me fez ver de forma inversa, o vermelho como símbolo de uma época difícil, para mim, para todos. Destacar o vermelho destas fotos me ajudou a decifrar parte do que sinto nesse momento de pandemia do coronavirus (covid-19). Todas são fotos de cidades fortemente afetadas pela crise que arrasa o mundo nesse momento. Assim o vermelho passou a representar algo frio. 

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Sevilha: la piedra vieja y santa

SEVILLA

el musgo, y en la piedra vieja y santa
de la iglesia. En el atrio hay un mendigo...
Más vieja que la iglesia tiene el alma.
Sube muy lento, en las mañanas frías,
por la marmórea grada,
hasta un rincón de piedra... Allí aparece
su mano seca entre la rota capa.
Con las órbitas huecas de sus ojos
ha visto cómo pasan
las blancas sombras en los claros días,
las blancas sombras de las horas santas.

Antonio Machado - CRECE EN LA PLAZA EN SOMBRA

 

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Série "Entre as Linhas e sob o Céu de Brasília"

Em 2018 lancei o livro "A Vida Entre Linhas", resultado de quatro anos de andanças, da percepção de como vivemos em linhas, e que talvez "a vida real esteja nas entrelinhas". Fui para Brasília (sou de Sampa), em alguns dias de julho de 2018, com esse meu olhar "entre linhas", mas ao caminhar por notei que além de viver entre linhas, nessa cidade um tanto utópica se vive entre os "traços do arquiteto", num estilo de vida muito peculiar determinado por desenhos, e ainda por cima se vive sob um céu espetacular, e sob a luz do cerrado, uma luz ocre, muito intensa, quase cegante para mim. 
 

Sombras de paz e solidão (2018 ~)

Portugal e Espanha, por um fotógrafo de rua, fevereiro de 2018 (série em construção)

Sombras de paz e solidão / Sombras de paz y soledad  

antes fosses, ó triste sombra minha,
como a sombra pacífica os montes;
sombra profunda e grave, que se alonga,
conforme o sol declina, e se avizinha
a noite dos sombrios horizontes,
num alvorar de paz e solidão…

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La vida entre rectas

Por mais que a vida seja orgânica, irregular, instável, torta (e ainda bem que é assim) tentamos encaixar tudo em regras, ordem, retas. É claro que não encaixa, a vida não se encaixa em retas, e conhecemos os problemas que isso causa, essa é a sociedade pós moderna. Mas apesar da vida não se encaixar bem nas retas, essas retas e essa vida desencaixada se ajustam muio bem á fotografia. A fotografia é retangular e reta, e parece dar um sentido, mesmo que momentâneo, à esse desencaixe da vida. Por um momento, um instante congelado, vida entre retas se encaixa, e a fotografia lhe dá sentido. Esse sentido dura apenas um momento, mas é um sentido. 

A vida entre retas

Santiago, Chile, 2016

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