Sevilha: la piedra vieja y santa

SEVILLA

el musgo, y en la piedra vieja y santa
de la iglesia. En el atrio hay un mendigo...
Más vieja que la iglesia tiene el alma.
Sube muy lento, en las mañanas frías,
por la marmórea grada,
hasta un rincón de piedra... Allí aparece
su mano seca entre la rota capa.
Con las órbitas huecas de sus ojos
ha visto cómo pasan
las blancas sombras en los claros días,
las blancas sombras de las horas santas.

Antonio Machado - CRECE EN LA PLAZA EN SOMBRA

 

Sevilha é uma cidade linda demais, grandiosa, sua marca mais óbvia são as incontáveis igrejas católicas, que estão por toda a cidade, seus muros, portas enormes e janelas altas, que marcam a paisagem, determinam a largura das ruas e as cores da cidade. As ruas são estreitas e sinuosas, e isso é marcante para o olhar.

Sevilha é uma cidade única, com características muito próprias. Sua história é importante e parece fazer parte do calçamento das ruas tanto como as pedras. Sevilha foi um dos principais portos do império colonial espanhol, recebia todo o ouro e prata vindo das colônias na América. oi também a sede da Santa Inquisição. Durante a guerra civil espanhola foi local de muitas batalhas. Foi também capital de um poderoso reino mouro por mais de 500 anos, e muito dessa época está conservado, como o Real Alcazar e diversos jardins. A riqueza da época muçulmana e do Império é visível ainda, assim como a tristeza das guerras está marcada nas sombras.

Sevilla, Espanha, 2018

Sevilla, Espanha, 2018

Fotografar pelas ruas de Sevilha

Fazer street photography é andar muito pelas ruas das cidades. Andar por Sevilha é particularmente ótimo, a cidade é plana e a parte mais importante (histórica) pode ser feita toda a pé. A cada esquina se vislumbra uma foto, as ruas são estreitas, casas altas, pessoas caminhando, paredes bonitas de prédios antigos. Os sevilhanos se vestem de forma elegante, em contraste com os turistas com roupas mais esportivas.

Nas ruas cheias e turísticas pode-se fotografar bem à vontade, ninguém liga, mas nas ruas mais vazias e residenciais algumas pessoas mais velhas olham feio, mas só isso. As ruas são seguras a qualquer hora, e a cidade continua cheia a noite.

De manhã o ritmo começa um pouco mais tarde do que estamos acostumados. E na hora do almoço (das 14h às 17h) muitas lojas fecham. No domingo e na segunda também tem muitas lojas fechadas, geralmente o que abre domingo fecha na segunda.

Se você for a todos os pontos turísticos mais famosos, como a Catedral e o Real Alcazar, vai acontecer duas coisas, você vai gastar muitos euros e perder muito tempo, esses locais costumam ter filas de horas. Se o objetivo for fotografar a cidade, fazer fotografia de rua, não vale muito a pena, busque locais mais do dia a dia da cidade. Vou dar umas dicas de coisas variadas mas sempre um pouco fora do mais óbvio.

Calentito con chocolate

Sabe os famosos churros, então, em Sevilha você vai achar, mas se quiser fazer bonito e agradar os sevilhanos, peço um “calentito con chocolate”. Para eles esse é o nome, churros é coisa de Madrid, que eles toleram para vender, mas não gostam de chamar assim. Uma calenteria bem legal e tradicional é a Calenteria Alfalfa, que fica meio escondidinha na Plaza de la Alfalfa, do lado do bar Manolo, é só uma portinha, mas vale a visita, que delícia. O detalhe é que só funciona de manhã, de terça a sábado acho.

Italica 

Se vai ficar alguns dia em Sevilha não pode deixar de ir ver Italica, as ruínas de uma legítima cidade romana, nas cercanias da cidade. É um local de uma beleza incrível, pelo menos nós nos sentimos muito emocionado por pisar nas ruas de uma cidade romana de mais de 2 mil anos. E o local é praticamente vazio, se comparado às atrações de Sevilha, mas é bem cuidado e a entrada é baratinha.

 

Segundo a Wikipedia “Itálica (em latim: Italica, em espanhol: Itálica) foi uma cidade da Hispânia, fundada em 206 a.C. pelo general romano Públio Cornélio Cipião Africano para os soldados romanos feridos na batalha de Ilipa, onde o exercito cartaginês foi derrotado. O nome Italica marca a colónia como de origem italiana. Em 1979 foi construído um dique para que as águas do rio não criassem cheias no anfiteatro que, com capacidade para 25 mil espectadores, foi um dos maiores do Império Romano.

Suas ruínas estão situadas ao norte da atual cidade de Santiponce, por sua vez nove quilômetros ao noroeste de SevilhaEspanha.

Italica foi o lugar de nascimento do imperador romano Trajano e, possivelmente, de seu sucessor, Adriano.”

Endereço: Avenida Extremadura 2, 41970 Santiponce, Espanha

Alameda Hercules

Domingo é um dia muito interessante na cidade. O comércio normal está quase todo fechado, as atrações turísticas estão lotadas. Mas descobrimos que o pessoal da cidade vai em peso para a Alameda Hercules. Trata-se de uma grande e longa praça, com restaurantes ao redor, no meio feiras e esguichos d`água. Crianças e cachorros correndo, pessoas tomando sol, sorvete.

 

No meio da praça há duas colunas romanas, provavelmente retiradas lá de Italica. 

Num dia de sol em pleno inverno foi o local perfeito, cheio de gente alegre, sem aquela caa de turistas, nos sentimos um pouco sevilhanos.

Fim de tarde na beira do rio

 

O rio Guadalquivir é o coração da cidade, é o que a fez importante. Apesar de longe do litoral a cidade está ao nível do mar, e este grande rio trazia as caravelas vindas das Américas para a cidade. Hoje suas pontes são lindas e nas suas águas vemos barcos, caiaques e canoas, e nas suas margens as pessoas sentam para curtir a vida. No final de um dia de sol deve ser o melhor lugar para se estar na cidade.

Estação Santa Justa

 

Choque de cultura. Para um brasileiro ver uma estação enorme e moderna como essa, limpa, organizada, é um choque. Os trens então, enormes e velozes. Imperdível, mesmo que você não vá viajar de trem, não deixe de ver a linda estação. A região à sua volta é legal também pois é diferente da Sevilha tradicional, ali as avenidas são largas e retas, e um pouco mais para a frente tem um shopping, o Nervión Plaza, coisa rara por lá, e o estádio do Sevilha, colado ao shopping, vale conhecer.

La vida entre líneas. Sevilla, 2018

Mais fotos de Sevilla: ÁLBUM 01ÁLBUM 02

Bairro Santa Cruz

 

O legal aqui é se perder. É o antigo bairro judeu, vielas muito estreitas, comércio, restaurantes. É um bairro lindo, onde fiz a maioria das fotos do meu livro Sombras de Paz e Solidão. Andar por lá sem mapa significa se perder, mas é ótimo se perder por lá.

 

Sevilla, Espanha, 2018

Triana

Este é um bairro muito famoso mas já fora do centro, que vale a pena pelas suas ruas mais retas, com belos edifícios, seu comércio, mercado, vista. Vale a pena passar um período caminhando por lá.

Parte central da cidade a Ayntamiento

 

Entre a Catedral e o Ayntamiento (prefeitura) fica uma larga avenida, onde passa o moderno bonde elétrico. Essa região contrasta com o resto da cidade, apesar de estar bem no meio, com uma larga avenida e prédios imponentes, a luz fica até diferente por ali, vale muito a pena caminhar um pouco por ali.

La vida entre líneas. Sevilla, 2018

 

Veja mais sobre esta viagem no meu livro:

SOMBRAS DE PAZ E SOLIDÃO
por terras de Portugal e Espanha, 2018

Onde apresento fotos e textos sobre Lisboa, Sevilha, Granada e Medina-Sidonia.

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